A história do Shimpaku Itoigawa está intimamente ligada a uma espécie particular de homens, os coletores de Shimpaku e um em particular Tahei Suzuki. Os coletores de bonsai já existiam há muito tempo e basicamente dedicavam-se a recuperar pinheiros.
Itoigawa é uma cidade japonesa localizada na província de Niigata. Em 2003 a cidade tinha uma população estimada em 31 153 habitantes e uma densidade populacional de 66,76 h/km². Tem uma área total de 466,62 km².
Naquela época o Juniperus chinensis normalmente eram cultivados em vasos e nenhum nunca tinha sido coletado. Assim, quando um desses coletores foi capaz de encontrar um e colocá-lo em um pote foi uma verdadeira revolução. Isso ocorreu nas montanhas Ishizuchi na ilha de Shikoku em 1860.
Aqui surgiu o nascimento de Shimpaku Shikoku, antecessor do Itoigawa. Estas árvores foram superestimadas pelos seus proprietários, felizes em admirá-los e deixá-los crescer quase livremente. Eles eram apreciados por ter troncos velhos, mas não com muito movimento. Com o tempo eles começaram a ficar escassos, pois qualquer um conseguia coletar nas montanhas de Ishizuchi.
Em 20 anos, eles desapareceram das montanhas Ishizuchi mesmo nos locais mais altos e de difícil acesso. Os coletores ficaram sem ocupação e voltaram ao seu trabalho anterior. Apenas alguns especialistas, como Tahei Suzuki, continuaram procurando em outras áreas.
Mas a sorte ainda iria sorrir pra Tahei Suzuki, um dia decidiu procurar no monte Kurohime, caminhou ao longo do cume da montanha até o cume do Monte Myouji e durante a travessia de um rio Tahei quase caiu devido a forte correnteza por causa das chuvas ele tropeçou e tentou se apoiar no fundo do rio. A água veio até seu queixo, mas finalmente chegou do outro lado, ele subiu as rochas e de repente viu-se cercado por Shimpakus. Uma enorme colônia de em torno do Monte Kurohime. Viu incontáveis Shimpakus juntos na parede da montanha, mostrando seu branco imaculado dos sharis.
A descoberta do Itogaiwa revolucionou a forma de como era visto o Shimpaku por entusiastas do bonsai. Os sharis do Shikoku Shimpaku não eram apreciados. No entanto, após a realização do sharis de Itoigawa, esse recurso foi muito valorizado. Amantes do bonsai foram fascinados pelas formas maravilhosas criadas pela natureza e colecionadores avidamente perseguiam mais árvores “torturadas”.
Havia Shimpakus aos montes, mas você parou pra imaginar qual a porcentagem era perdida, pois naquela época não existiam os meios de transporte que existem hoje e imagine o trabalho que era você coletar e quando fosse entregar a arvore já estar morta.
Foi ai que os irmãos Suzuki tiveram a grande ideia e foram viver aos pés de cada uma das montanhas, um grande e magnifica ideia, pois quando desciam já plantavam as árvores e estas tinham mais chance de sobreviver.
Da mesma forma que aconteceu com o Shikoku, aconteceu com o Itoigawa em 1930 não havia Shimpaku Itoigawa em áreas acessíveis e isso fez o preço se elevar, pois cada vez mais alto era preciso subir.
Quando montanhistas modernos subiram estas montanhas foram surpreendidos ao encontrar vestígios destas antigas súbitas por coletores de Shimpaku, não acreditaram como estes coletores conseguiam chegar tão alto com o equipamento tão inadequado que existiam na época destas coletas.
Durante a segunda guerra tudo parou, Tahei Suzuki e outros coletores voltaram pra casa. Anos mais tarde ele voltou para começar a recolher de forma ordenada, mas com parcerias e regras rígidas.
Haviam muitos coletores famosos e então podemos dizer que esta história de Shimpaku Itoigawa termina em 1998 com a morte do último desses coletores. No total são conhecidas 30 mortes na história dos coletores de Itoigawa mas realmente devem ter existido muito mais que perderam suas vidas no meio destas montanhas.
No Brasil esta espécie ficou conhecida nas mãos do Mestre Hidaka que foi um dos maiores incentivadores e produtor da espécie.
Artigo originalmente publicado na revista japonesa Kindai Bonsai de junho de 2003 por Kazuki Yamanaka. Traduzido para o espanhol: por Antonio Alvarez. Adaptação e resumo: Cézar Augusto Basso (Bonsai Sorocaba).