O transplante de um Bonsai, é uma das operações que requer mais cuidados, tanto no que diz respeito à sua realização como aos cuidados pós transplante.
Apoiado em métodos hortícolas e artísticos específicos da técnica de Bonsai, o transplante é indispensável para o saudável desenvolvimento da árvore.
Teoricamente o transplante deve ser realizado aproximadamente de dois em dois anos em plantas folhosas e de três em três para coníferas.
Os transplantes devem ser efetuados no final do inverno (em meados de setembro e outubro aqui no Brasil), altura em que a árvore começa a despertar do estado de dormência, e começam a soltar seus primeiros brotos primaveris.
Nas espécies de origem tropical (Serissa, Carmona, Ficus, Calliandra, etc.), o transplante deve ser realizado nos mesmos meses.
Material necessário para transplante do Bonsai
- Telas para drenagem;
- Vaso com furos para drenagem;
- Arames de fixação;
- Tesoura para podar a copa e tesoura para podar raízes;
- Solo indicado para a espécie;
- Alicate corte de Raízes (se formos cortar raízes muito grossas);
- Enraizadores para o pós transplante (opcional).
1º. Preparar o vaso colocando rede a tapar os furos de drenagem. Colocar arames de fixação. Estes fixam a planta após transplante (durante cerca de 3 meses). Útil para que a planta não fique com as raízes expostas ao ar provocado por um vendaval ou outro processo.
2º. Preparar o novo solo. O ideal é usar akadama mas como no Brasil é difícil encontrar este material, poderemos substituir por caqueira (cacos de tijolo ou telha moída), terra e pedrisco (tudo misturado e em proporções adequadas a cada espécie). A akadama (ou caqueira) deve ser peneirada de forma a retirar todas as partículas menores que 1mm e maiores que 6mm.
3º. Agora vamos preparar a árvore. Retirar todo o solo antigo (de preferência com um rachi). Deve-se deixar secar ligeiramente o solo antes do transplante para facilitar a saída da terra. Se mesmo assim for difícil remover o solo, pode recorrer-se à lavagem das raízes. Cortar cerca de um terço das mesmas. Nesta altura devemos aproveitar para analisar o estado de saúde das raízes da planta. Deve-se eliminar as raízes grossas (suporte na natureza) e escuras (estragadas) e manter as fininhas, são estas que alimentam o Bonsai. Fazer a poda da copa para compensar a poda que se fez nas raízes.
4º. Colocar uma pequena camada do novo solo que preparamos, no fundo do vaso. Colocar a árvore no vaso e fixa-la com os arames. Aconchegar a planta para que o solo fique a tocar em todas as raízes, não devem ficar bolsas de ar entre o solo e as raízes.
Não é obrigatório trocar o vaso em cada transplante, só o devemos fazer quando após retirado o solo velho e cortadas as raízes nós percebemos que o espaço livre não vai ser suficiente para o saudável desenvolvimento até a próxima época de transplante.
Quanto mais velha é a planta, menores vão sendo os “aumentos” de vaso, mas devemos respeitar sempre os intervalos de substituição de solo.
Em alguns casos podemos mesmo ter de optar por uma redução do vaso, optando por um que se enquadre melhor esteticamente. O vaso utilizado tem sempre de ser específico para Bonsai, pois só estes reúnem as características físicas e químicas indispensáveis a manutenção e sobrevivência da planta.
Tendo em conta que regra geral a planta ainda se encontra no solo original, aconselhamos a transplantar o seu Bonsai na próxima época de transplante a seguir a sua aquisição.
Embora possa parecer complicado, o transplante quando realizado por uma pessoa experiente e em uma planta saudável, é um processo praticamente sem riscos.
Após ter transplantado o seu Bonsai, durante aproximadamente um mês, deve-se:
- Protegê-lo do sol direto nas horas de maior calor;
- Protegê-lo dos ventos fortes;
- Redobrar a atenção com a rega, não permitindo que a planta passe por longos períodos de sede, mas deixando a camada superficial do solo secar ligeiramente entre regas, para que as raízes da planta possam respirar e não apodreçam por excesso de água;
- Interromper o processo de adubação, só iniciando quando a planta demonstrar ter recomeçado o seu normal crescimento (nunca começar a adubar antes de decorridos 30 dias).